Princípios Bíblicos Para A Vida de Oração

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Princípios Bíblicos Para A Vida de Oração, baseado na Carta do Apóstolo Paulo aos Colossenses (1.3-8;12-14), Confira.

A Igreja dos Colossenses era pastoreada pelo pastor Epafras, um importante companheiro do Apóstolo Paulo (1.7; 4.12-13). Talvez tenha ficado algum tempo aprisionado com Paulo em Roma (Fm 23). Foi Epafras quem deu as notícias da igreja de Colossos a Paulo (1.8).

Pelos registros de 2.11,16,20-23 a igreja estava ameaçada por falsos doutores judeus, talvez da seita dos Essênios. Os Essênios observavam a lei cerimonial; tinham colônia em várias cidades da Judéia; viviam vida ascética; liam a Lei noite e dia e se esforçavam por obedecê-la. Outra ameaça era o gnosticismo expresso em filosofia mística, de suposto conhecimento das coisas divinas e dos cultos aos anjos (2.8,18).

Entretanto, pelos relatos 1.3-14, a Igreja mantinha-se firme e operosa.

A Carta foi escrita da prisão em Roma (4.7,10,18). Tinha como alvo fortalecer a fé dos Colossenses e esclarecer-lhes pontos doutrinários seguros contra os gnósticos. Tiquico foi seu portador (4.7,8).

Saudação que Ensina Princípios Bíblicos (1.1-2). Quais Princípios Bíblicos Para A Vida de Oração neste texto?

Os ensinos serão os princípios para nossa prática de oração.

1 – Sobre o apostolado

  1. O apostolado é de Cristo. Apóstolo (apostolos) quer dizer aquele que é enviado como representante pessoal de quem o enviou; função de um embaixador. Dentro desta categoria só os doze e o apóstolo Paulo se encaixam. Não poderia haver, portanto, sucessão apostólica, nos termos bíblicos. Pelos escritos bíblicos vemos claramente que os apóstolos eram pregadores e guardiões da doutrina de Cristo. Por isso eles combateram falsos apóstolos, falsos profetas, falsos mestres e as heresias (heresia: seita; essencialmente, “escolha”, “seleção”, “preferência” – todo desvio da verdade divina como revelada nas escrituras – Introdução à Heresiologia, A. Gilberto. Ver: At 5.17; 15.5; 2 Pe 2.1,2).
  2. O apostolado é fruto da vontade de Deus. Toda revelação divina, bem como os meios para sua guarda, pregação, ensino e conservação é providência de Deus (2 Pe 1.20,21; 2 Tm 3.16,17Ef 4.11-13).
  3. Isto dá peso de autoridade aos escritos; peso profético, divino.

2 -Sobre a Natureza da Igreja (1.2,5,12,13)

A igreja é comunidade dos santos e fiéis em Cristo (1). A palavra principal aqui é a expressão em Cristo. Não pode haver santos e nem fiéis fora da fé obediente a Cristo. É Cristo quem nos transforma de pecadores infiéis a santos e fiéis.

Santidade é exigência de Deus no Antigo e no Novo Testamento. É condição para nosso relacionamento com Ele (1 Pe 1.15,16). Ele providenciou os meios e satisfez as suas próprias exigências no sacrifício de Cristo na cruz (1.14,20; 2.13,14). É um atributo de Deus e vontade de Deus para nós. Não podemos nos relacionar com Deus sem santidade (Hb 12.14). Muitos dizem que santidade é algo interior, do coração. No meu modo de ver deve ser interior, mas que se revela no exterior: nas ações, palavras, trato com o corpo (vestuário, aparência moderada, ausência de vícios, etc).

3 – A igreja precisa, para ser igreja de fato, manter seu status de santa e de fiel a Cristo.

  1. A Igreja é composta de filhos e filhas de Deus em Cristo. A saudação é enviada da “parte de Deus, nosso Pai” (1.2). A nova criação de Deus acontece em Cristo, o último Adão (1 Co 15.22,45; 2 Co 5.17). Esta é não apenas criação, mas de fato, família de Deus (Ef 2.19).
  2. As pessoas divinas (Trindade) estão envolvidas na vida da igreja. Até aqui vimos à ação de Jesus, o Cristo e de Deus, o Pai. Mais adiante também o Espírito Santo (1.8). Deus é unidade familiar com personalidades.

4 – O que Isto nos ensina?

  • Ensina sobre a providência de Deus em chamar, preparar e enviar pessoas para nos ministrar a fé cristã autentica;
  • Ensina sobre a boa e benevolente vontade de Deus em nos chamar em Cristo para sermos seu povo santo e fiel;
  • Ensina que temos um chamado à santidade e à fidelidade e, consequentemente, a missão, como igreja, de sermos guardiães da doutrina de Cristo, conforme transmitidas pelo Senhor e seus apóstolos e profetas bíblicos.

5 – Sugestões para a prática de Oração

  • Louvar, engrandecer e agradecer a Deus pela vontade dele em chamar pastores, profetas e apóstolos para guiar-nos na vida cristã: Paulo, Timóteo, Epafras (1.1,7); outros nos dias de hoje.
  • Agradecer pela igreja dos santos e fiéis em Cristo em todo lugar;
  • Pedir para que a igreja conserve-se pura e fiel ao Senhor.;
  • Orar para que a graça e a paz de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo seja com toda a igreja.
  • Orar pelos missionários que são enviados pelas igrejas para pregar a doutrina de Cristo.

6 – Princípios Bíblicos para Ação de Graças (1.3-8;12-14)

4.1 – Quando e Por que, Dar Graças?

4.2- “Sempre” é tempo de dar graças. Há bons motivos para sermos gratos a Deus. Alguns desses motivos já foram mencionados na saudação; outros serão abordados mais adiante. Mas o pensamento de Paulo é que devemos dar graças sempre e em quaisquer circunstâncias (1 Ts 5.18).

4.3 – Eucaristia é a palavra grega para “ação de graças” que são dirigidas a Deus Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Notem que não há intermediário nenhum. As graças são dadas diretamente a Deus Pai. Isto se deve ao fato da igreja ser composta de “santos e fieis em Cristo” (1.2).

4.4 – É Cristo o único intermediário entre o homem (indivíduo) e Deus (1 Tm 2.5,6) e que, por isso mesmo o habilita para ser membro do Corpo. Cooperamos uns com os outros com nossas orações, enquanto na caminhada terrestre (Tg 5.13-18). Jesus Cristo é o único que morreu e ressuscitou e vive para interceder por nós (1 Jo 2.1; Rm 8.34,Hb 7.25). Não há na Bíblia texto que recomende ou ensine a oração aos crentes já mortos. Pelo contrário, Is 8.19; Dt 18.9-14; 1 Sm 28:7; 1 Cr 10:13 e outros a condenam. Mas a igreja militante (ainda na terra ou peregrina) pode e deve orar uns pelos outros (Rm 15.30; 2 Co 1.11; Ef 1.16).

4.5 – “Damos graças” o plural refere-se à ação de Paulo e seus companheiros Timóteo, Tiquico e Epafras neste caso específico ou, a uma prática comum aos apóstolos.

4.6 – Os Motivos das Graças. Primeiramente, específicas às noticias do progresso na fé dos Colossenses: 1 – a fé em Cristo Jesus; 2 – amor para com todos os santos. Em segundo lugar, refere-se à obra de Deus por nós: “vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz” (12) nos transportando, assim, do império das trevas para o reino do Filho do seu amor. Antes de Cristo viviam sob o império das trevas; agora em Cristo pertencem ao reino do Filho do amor do Pai (13), que é Luz (1 Jo 1.5).

4.7 – Pelo crescimento do evangelho no mundo (1.5,6). O testemunho dos crentes de Colossos ajudava no crescimento de outros crentes para alcançar outros. Esforço missionário é o que devemos fazer sempre. Começando pelas nossas orações que nos levará a ação. Paulo orava, mas escrevia, pregava, ensinava.

5 – Prática de Oração (1.3-8). Como podemos aplicar os Princípios Bíblicos Para A Vida de Oração?

Oração de ação de graças:

  • Pela fé e amor dos irmãos no Espírito.
  • Pelo acesso direto a Deus, Pai do Senhor Jesus Cristo.
  • Por nos permitir responder à palavra da verdade do evangelho;
  • Pelo evangelho ter chegado até nós;
  • Para que o evangelho frutifique em todo mundo pela pregação dos missionários;
  • Agradecer a Deus por nos dar cooperadores amados e fiéis no trabalho do evangel
oração cristã
Igreja em oração, Pixabay

6 – Princípios Bíblicos para a Petição (1.9-11)

Não cessamos”. Assim como as graças, a petição como intercessão também é sem cessar. A ideia não é que não se faça mais nada a não ser orar, mas que se tenha uma rotina diária de várias orações como Daniel que orava três vezes ao dia (Dn 6.19) e, quando não se está orando, viva-se em espírito de oração.

Na rotina de oração do crente tem de haver espaço para orar pelos outros. Esta é uma função sacerdotal: colocar-se entre o pecador e Deus pedindo em nome de Jesus, o Sumo Sacerdote Eterno (Hb 4.14; 7.23-28), pela salvação do pecador. Trata-se de uma atitude de amor aos irmãos e de adoração a Deus.

6.1 – O que pedir?

  1. Conhecimento transbordante da vontade de Deus (

    epignosis) epignosis – “conhecimento” ou “reconhecimento”. Conhecimento este que só se encontra em Cristo (2.9), em contraste com falso conhecimento do mundo (2.8). Conhecer Cristo é um mistério (2.2) que deve envolver toda nossa vida em todos os aspectos. Trata-se de um relacionamento que começa aqui e segue por tempos eternos. Portanto, deve ser o nosso alvo supremo.

  2. Uma vida digna do Senhor.

    Paulo não deveria ter este tipo de cobrança já que a igreja era operosa na fé e no amor. Mas a admoestação é para que soubesse que na vida cristã não se pode fazer por menos. Como dito acima, Cristo é o alvo supremo, isto é, o fundamental e o mais importante de tudo; o imprescindível. A Igreja não deve, portanto, negligenciar. Temos muita facilidade para negligência. Além do mais, diante da ameaça de falsos mestres (2.8; 16-19) não podemos vacilar.

  3. Uma vida Frutífera em toda boa obra (10). Não somos salvos pelas obras, mas para as boas obras (Ef 2.8-10). Os frutos fortalecem a comunhão dos santos. É como vemos Deus no outro e como Deus opera em nosso favor. Aquele que está em Cristo frutifica (Jo 15.2,4).

  4. Uma vida fortalecida com perseverança e longanimidade (11). Ambas palavras andam juntas e querem dizer, basicamente, a mesma coisa: Permanecer, suportar, perseverar; isto com: paciência, firmeza e longanimidade. E é só aquele que perseverar até o fim que será salvo (Mt 10.12; Mc 13.13; Ap 2.26). E estas palavras implicam em transpor barreiras, vencer dificuldades e pecados, servir ao Senhor no poder do Senhor.

  5. A vida cheia de alegria (11). Mediante todas as bênçãos eternas, o cristão deve ser a pessoa mais feliz da terra, pois está ligado à base sustentadora de seu ser: Deus. Sem Deus o ser humano não é.

 Pratica de Oração:

  • Pedir que a igreja na pessoa de cada crente seja transbordante de conhecimento da vontade de Deus;
  • Pedir que cada crente viva de modo digno Senhor honrando-O em tudo;
  • Pedir que os crentes sejam fortalecidos com o poder de Deus;
  • Pedir que os crentes sejam cheios perseverança e longanimidade;
  • Pedidos compartilhados.

referências

1 – Bíblia Sagrada (varias versões);

2 – Introdução a Heresiologia, Antônio Gilberto, Ed. Celestial, Rio de Janeiro, RJ;

3 – Dicionário da Bíblia, John D Davis;

4 – Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento;