Limão Galego Fruto e História da Vitamina C

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O Limão Galego tem mil e uma utilidades além de caipirinha e suco. Saiba como o limão já ajudou a salvar milhares de pessoas.

Limão Galego é conhecido por nomes diferentes em todo o Brasil: Limão Cravo, Limão Vinagre, Limão Rosa, etc. No Rio de Janeiro, ele é Limão Galego. Então vou chamá-lo assim.

O que fazer com esse limão? Para que serve? Para muitas coisas. Anote ai algumas:

1 – Caipirinha. Quando se fala de limão muitos lembram logo da caipirinha. É uma bebida à base de limão e cachaça. É fácil de preparar. Veja neste link. Mas, pega leve senão ele lhe derruba.

2 – Limonada. O limão Galego é muito bom para sucos, porque ele é muito suculento. Isto é, tem muito caldo.

3 – Temperar carnes e peixes.  Limão é uma boa combinação no tempero de peixes, especialmente os grelhados.

4 – Limpeza. O Limão Galego, como outros também, serve muito bem na limpeza, para eliminar as bactérias da tábua de corte, por exemplo.

Como todos os limões, esse também é rico em Vitamina C, ou ácido ascórbico.

A propósito, você conhece a História da Vitamina C? Vou transcrevê-la aqui, conforme Irma Fioravante Lobato.

A História da Vitamina C

– Irma Fioravante Lobato

Já que vitamina C (ácido ascórbico) está na ordem do dia, vamos atualizar nossos conhecimentos, começando por sua história, uma das mais interessantes da patologia médica e da bioquímica.

O escorbuto, doença mortal, feia, fétida, dramática, foi, na antiguidade, uma presença constante nas grandes campanhas, nas grandes fomes que seguiam os invernos rigorosos ou as guerras e cercos prolongados. Já na Idade Média aparecem as primeiras observações relacionando a doença com deficiências alimentares, sobretudo, durante as Cruzadas, em que as vítimas de escorbuto eram quase tantas quantas as dos campos de batalha.

Mas foram as Grandes Navegações, quando centenas de homens, abrigados em frágeis barcos, partiam por meses a fio, carregando como alimento apenas carnes secas e cereais, que puseram em foco e na mira dos observadores mais argutos o escorbuto e sua causa – a privação de substância contida nas frutas e hortaliças frescas.

Vasco da Gama pagou a descoberta do cabo da Boa Esperança com a vida de quase toda a sua tripulação, eliminada pelo escorbuto (1497-98). Dos 160 homens que levara, apenas 60 sobreviveram em míseras condições.

Em 1535, Jacques Quartier, levando em sua nave 103 homens, teve 100 deles atingidos pelo escorbuto. Desses, só morreram 25, graças ao espírito observador de um de seus tripulantes que, ao aportarem no Canadá, observou que os índios administravam decocto de brotos de pinheiro para a cura da doença. Imitando-os, conseguiu o milagre de salvar a tripulação doente.

Em 1593, John Wawkins, almirante da marinha inglesa, curava e prevenia o escorbuto de sua tripulação, obrigando seus homens a beber suco de limão.

Mas, só depois de decorridos um século e meio, veio à luz o primeiro trabalho escrito por médico, confirmando que o escorbuto era uma doença causada por alguma deficiência na alimentação e que era facilmente prevenido e mesmo curado com o suco de limão.

James Lind – cirurgião da marinha inglesa, 1757, James Cook, famoso explorador do Pacífico, seguindo os preceitos de Lind, nunca teve escorbuto em suas viagens. Convencida, a marinha britânica tornou obrigatório, em 1804, o consumo de suco de limão, diariamente, pelos seus marinheiros.

Com a descoberta das bactérias como agentes causadores de doenças, o pensamento médico nelas concentrou-se, negligentemente então a ideia das doenças por deficiências alimentares. Assim, em 1912, o século 18, aventurou-se numa longa expedição ao continente Antártico, sem incluir, nas rações alimentares, uma só fonte de vitamina C. A história dessa expedição foi das mais trágicas da marinha inglesa, que perdeu, inclusive, seu famoso explorador.


História interessante, não acha? Mas além de tudo que já foi dito, uma coisa sempre me lembro quando vejo um limão: da música “Meu Limão, Meu Limoeiro“, de Wilson Simonal, 1966. Caso queira recordar, ouça:

 Nome científicoCitrus × aurantiifolia

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