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A Manifestação Vivificadora de Deus (Ez 37.1-14). Ezequiel foi profeta durante o cativeiro babilônico (595 a.C.). Seu ministério foi continuação do ministério de Jeremias. Tal como Jeremias enfrentou oposição de falsos profetas, Ezequiel, também. O povo dava mais valor aos falsos profetas do que aos profetas do Senhor. Esta era a razão de estarem no cativeiro: não crer que Deus falava através do seu profeta. Por isso, depois de cada profecia vinha a sentença: “Então sabereis que sou eu o Senhor…” (13).
Entretanto, Deus continuava com propósito firme de trazer o seu Messias através do povo descendente de Abraão, conforme sua promessa. Deus é fiel, mesmo quando somos infiéis.
O povo estava desesperançado por causa do cativeiro humilhante e já se considerava cortado da graça de Deus (11), e mortos. Suas almas estavam ressequidas pelas desesperanças. Não tinham mais prazer de louvar ao Senhor (137).
Nesse tempo, Deus Se manifestou ao profeta para renovar a esperança de seu povo. Num contexto de desesperança, Deus se manifestou com esperança. Deus é Deus de esperança. O desesperado precisa de Deus.
Deus é vida. Os mortos no pecado precisam ouvir a voz de Deus. Quando estamos desesperançados até da vida, devemos confiar que Deus transforma nossa morte em vida, nosso desespero em esperança.
A Manifestação Vivificadora de Deus se dá através de três elementos: O Espírito de Deus, a Palavra e a Pregação.
1º Elemento da Manifestação Vivificadora de Deus: O Espírito Santo.
Ele estava no princípio, no primeiro livro da Bíblia como Agente Criador e Criativo, quando a terra era sem forma e vazia (Gn 1.2).
Ele agiu durante toda a história inspirando homens e mulheres, patriarcas, sacerdotes, profetas e reis. Sempre atuando com o propósito de gerar vida e esperança. Aqui, a sua ação é indispensável. O Espírito gera esperança e vida nos cativos desalentados (1,2).
Sua ação terá aqui dois ecos: 1º Tirar os cativos da sepultura do cativeiro (12) e levá-los à sua terra; 2º Estabelecer com eles uma aliança eterna em Davi (14,24-28).
Isto aconteceu em Cristo na cruz e foi confirmado pelo derramamento do Espírito Santo (At 2). Disse Pedro: “De sorte que exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis” (33).
Nós ouvimos e aceitamos a pregação pela ação do Espírito Santo na Igreja. Ele nos vivifica em Cristo e gera em nós esperança e consolo.
Nesta esperança devemos viver e militar para levarmos a mesma bênção aos outros. Deus quer continuar sua ação no mundo através da igreja.
2º Elemento A Manifestação Vivificadora de Deus: A Palavra de Deus.
O profeta Ezequiel recebeu a visão da situação de seu povo e Deus lhe perguntou: “Filho do homem, poderão viver estes ossos?” (3). Ele respondeu meio indeciso e Deus lhe disse: “profetiza sobre estes ossos, dize-lhes: ossos secos, ouvi a palavra do Senhor” (4).
A Palavra Senhor é o agente vivificador do Espírito em nós. Jesus disse: Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão (Jo 5.25).
O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos digo são espírito e vida (João 6:63).
A igreja de Jesus precisa pregar e viver a Palavra de Deus.
A Palavra foi ensinada e pregada por Jesus. Ele ordenou aos seus apóstolos que pregassem a Palavra. Ela foi instrumento da pregação de Pedro no Pentecostes. Ele declarou ao povo que o que tinha acontecido fora prometido por Deus aos antepassados.
Devemos seguir o conselho de Paulo a Timóteo:
Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina (2 Tm 4.2).
Aqui entra o 3º Elemento da Manifestação Vivificadora de Deus: A Pregação.
Quem são os pregadores da Palavra em nosso tempo? Muitos atribuem a alguns esse privilégio. Mas todos os que já ouvirão e aceitaram a Palavra da Pregação, que já têm vida em Jesus e as primícias do Espírito (Rm 8.23) devem anunciar Cristo, a Palavra personificada.
Estes não devem se calar, pois se calarem as pedras clamarão (Lc 19.40). De fato, creio que muitos falsos profetas e profetizas estão em exercício porque muitos cristãos autênticos estão calados, acomodados.
O preparo é importante. Mas o preparo vem do estudo da Palavra e de uma vida de oração. “Ninguém tem mais autoridade para falar aos homens do que quem esteve falando com Deus a respeito dos homens” (Albert Martin). É aos pés de Deus que o homem recebe autoridade para pregar. A Manifestação Vivificadora de Deus vivifica os que procuram obedecê-lo.
Os cristãos de hoje são porta-vozes de Deus para este tempo, assim como Ezequiel, para tempo dele. Que falemos aos homens como quem tem a mais importante notícia da parte de Deus para eles.