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A Restauração da Comunhão na Família, baseado em Gn 45, continuação dos dramas de José, filho de Jacó, e seus irmãos. Veremos como a comunhão entre eles foi restaurada. PDF
A Restauração da Comunhão na Família se Faz com Perdão (1-15).
A Restauração da Comunhão na Família se Faz Com Perdão. José não se conteve diante da demonstração de arrependimento de Judá. Mandou todos saírem e chorou tão alto que os egípcios e a casa de Faraó ouviram. Então José se revelou a seus irmãos (3). Pasmaram-se. José os consolou e os isentou de culpa. Perdoou-lhes. Disse a eles que Deus o havia enviado ao Egito para “conservação da vida” e “conservar vossa sucessão na terra, e guardar-vos em vida por um grande livramento” (5,7). Mondou-os voltar e buscar a seu pai, e falar-lhe de sua glória no Egito. José chorou com eles e beijou-os (14,15).
Um drama comovente: Da tristeza à alegria; da alegria à tristeza e novamente à alegria. A vida é assim.
Os irmãos de José plantaram ódio, colheram tristezas e amarguras. Mas pela graça de Deus receberam perdão, mediante arrependimento. Quem quer perdão precisa também se arrepender.
José foi surpreendentemente perdoador. Alguém poderia dizer que ele era um protótipo de Cristo. Mas Cristo está muito acima de todos os homens. José foi um homem comum, fiel a Deus no seu tempo, na sua história. Nós também podemos ser iguais a ele nos nossos dias.
Deus pode nos permitir passar por tribulações visando algo melhor para nós. José foi vendido, escravizado, acusado injustamente, preso, mas tudo isto para preservar a vida de muitos, inclusive sua família e descendência, a descendência de Abraão. A promessa foi feita por Aquele que é poderoso para cumprir.
Vimos aqui, que os dramas da vida eram encarados como ação de Deus. Os dramas não levantaram dúvidas sobre a existência e cuidado de Deus. “O israelita reconheceu a si mesmo criatura de Deus. Como não levantou dúvidas sobre a sua própria existência, assim também não podia duvidar da existência e da realidade de Deus” (A.R. Cabtree, Pg 42). Além disso, eles acreditavam na bondade de Deus (43.14).
A Restauração da Comunhão na Família Desfaz O Poder mal.
Não se trata aqui da crença de que tudo é operado por Deus. Se Deus é bom, Ele não pode operar o mal. Mas Deus intervém na história atendendo orações (doutra forma, para que oraríamos?) e usa os dramas causados pela maldição do pecado (escolha do homem: o fruto do bem e do mal, Gn 3), e os transforma em bênçãos.
Eles tinham a consciência de que o que recebiam de mal era punição ou repreensão divina de seus próprios pecados (Gn 44.16; Nm 32.23). José tinha consciência de que se cedesse ao assédio da mulher de Potifar e o desrespeitasse estaria pecando contra Deus (Gn 39.9).
Pecado no Velho Testamento é a palavra “Avon”, “iniquidade” (Sl 90.8), ou “culpa” (Gn 15.16); e “hata” e “pesha” são usados nos dois sentidos, de “culpa” e “castigo” (Mq 6.7; Jr 17.1; Am 1.3; Jó 34.6). Estão relacionados: pecado, culpa e punição (Cabtree, pg 172).
Assim o mal era consequência do pecado. Mas tinham um Deus misericordioso, disposto a perdoar (Ng 43.14; Ex 20.6; Dt 5.10; 7.9).
A Restauração da Comunhão na Família Se Faz Com Presentes e honras (16-28).
Faraó consente e dá todos os recursos, e oferece o melhor da terra para Israel e seus descendentes. José deu-lhes carros, comida e roupas para irem e voltarem a sua terra. À Benjamim deu trezentas peças de prata, e cinco mudas de roupas (22). “A seu pai enviou dez jumentos carregados do melhor do Egito, e dez jumentas carregadas do trigo, e pão e outras provisões para a sua viagem” ao Egito (23).
Quando os filhos de Jacó chegaram e lhe contaram que José estava vivo e que era o Governador do Egito, seu coração desmaiou (26). Mas eles falaram de todas as palavras de José e vendo ele, os carros, reanimou-se e disse: “Basta! Ainda vive meu filho José. Eu irei e o verei antes que morra”. Assim, Israel foi para o Egito.
A Restauração da Comunhão na Família Em Deus É Completa
O melhor da terra lhes foi dado por Faraó por causa de José. Eles podiam dizer que eram os donos do mundo da época. Mas agora, com piedade e misericórdia provadas. Quão bom se fosse sempre assim! Ah se nossos governantes fossem piedosos, tementes a Deus!
Toda a família de Israel agora estaria reunidade. Todos teriam terra, casa, família, e riquezas. A restauração foi completa: material, emocional e espiritual.
José encheu seu irmão de presentes e também honrou a seu pai. Ele viria para o Egito, mas viajaria e lá chegaria como um marajá, com toda sua descendência. Foi assim que Israel foi parar no Egito: em glória, e da mesma forma sairá.
A Restauração da Comunhão na Família: Lições para vida
1 – Na vida há choro de tristezas, mas também de alegrias. “O choro pode durar uma noite, mas pela manhã vem a alegria”(Sl 30.5). Não se desespere.
2 – Devemos aceitar o arrependimento sincero sem reservas. Não podemos reter o perdão porque ele é de Deus. O perdão cura nossas almas.
3 – Os caminhos de Deus não são o mesmo dos nossos caminhos, nem os pensamentos dEle os nossos pensamentos (Is 55.8).
Ninguém poderia dizer que ser vendido como escravo poderia um dia salvar nossa própria vida e descendência.
Saibamos descobrir Deus nas adversidades.
4 – Realmente o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. A noite de agonia passou e veio a manhã gloriosa para Israel.
5 – Um velho homem que estava triste pela perda de seu filho e preocupado pela ameaça de destruição de sua descendência agora viaja como um marajá para o Egito. Num tempo de escassez, gozava de fartura e glórias. Foi assim que aprenderam que a Deus pertence o abater e o exaltar. Deus sustenta o faminto na fome (1 Cro 29.11,12).
O povo de Deus tem tempos difíceis, mas também tem tempos de glória neste mundo e, terá melhor ainda, no final da história: a glória eterna (Lc 12.32; Ap 12.10).
Alguém poderia dizer que é assim com todo mundo, crente ou não. Mas quem é crente sabe que a vitória do crente tem um sabor diferente. Ela vem de Deus como benção, e isso não tem preço.