Tempo de leitura: 3 minutos
Fruto Pequi e Pequiá, Diferenças e Peculiaridades desse fruto da Amazônia e do Cerrado. Conheça as características e valores desses frutos brasileiros.
Ao caminhar na Asa Norte junto com um amigo, passamos por um pé de Pequi. Ao perguntar se ele sabia que árvore era aquela ele disse:
– É pequi.
Então perguntou:
– Você sabe qual a diferença entre o pequi e o pequiá?
Respondi:
– Só conheço pequi. Nunca vi o pequiá.
Então ele me explicou na experiência dele a diferença entre os dois frutos. O pequiá tem a casca mais acinzentada, a polpa é mais grossa. Porém, o sabor é amargo. É preciso ferventar antes de cozinhar.
A folha da árvore de pequiá é mais lisa.
Já o pequi tem a polpa mais fina e não precisa ferventar. Folha mais áspera. É mais saboroso.
Pesquisando sobre as árvores, encontrei que pequiá “é uma árvore amazônica de grande porte, retilínea e de mata de terra firme; foi quase extinta na Amazônia por conta de seu elevado valor comercial, como madeira que não racha”.
Segundo a mesma fonte, a árvore do pequiá pode atingir 30 metros de altura.
Seu maior valor é madeireiro.
Classificação Científica de Pequiá
Nome Científico: Caryocar villosum (Aubl.);
Família: Caryocaraceae;
Distribuição: Amazonas e região Nordeste;
Nomes Populares: Piquiá, piquiá verdadeiro, piqui.
Fruto Pequi
É um fruto popular do cerrado, muito querido especialmente pelos goianos. Assim como Jacó vendeu seu direito de primogenitura por prato de lentilhas, o goiano venderia sua alma por um prato de arroz com pequi.
Este fruto é de grande valor comercial, pois além de ser apreciado com arroz, é bastante usado como tempero em frangos e carnes, bem como em fabricação de licors.
Além disso, o pequi serve à produção de um óleo e de uma pasta utilizada na culinária. O PDF da Embrapa ensina como produzir pasta de pequi.
Classificação
Nome Científico: Caryocar brasiliense;
Família: CARYOCARACEAE;
Nome Popular: Pequi;
Hábito: Árvore;
Habitat: Cerradão, cerrado (stricto sensu), campo sujo, campo com murundus, carrasco; Distribuição: PA, TO, MT, GO, DF, MG, SP, PR;
Minha primeira experiência com pequi não foi nada boa. E como a primeira impressão é a que fica, ficou mal.
Cheguei para Brasília em 1989. Não conhecia o tal pequi. Logo alguém tratou e o presentar a mim o famoso arroz com pequi.
A pessoa disse:
– É muito saboroso. A gente come essa polpa amarela e dentro dele tem uma castanha saborosa.
Como eu gosto de experimentar frutos nativos, mordi com vontade. A tal pessoa, se é que possa chamar assim, não me falara que entre a polpa e a castanha há inúmeros espinhos fininhos.
Resultado: fiquei com a boca cheia de espinhos. Passei a noite todo tirando os espinhos e acho que até hoje ainda os tenho na boca.
Por isso, perdi a simpatia com o pequi desde a primeira mordida.
O pequizeiro é uma das árvores tombadas pelo Ibram (Instituto Brasília Ambiental).
Mas o que eu tenho visto é muito pequizeiro tombado no chão para as construções dos prédios e para as plantações das lavouras.