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A Árvore Frutífera do Cerrado cagaiteira é uma das mais lindas que floresce no fim do inverno e se apresenta cheia de frutos na primavera. Vale a pena conhecer.
Aqui no Distrito Federal venho observando intuitivamente a Eugenia Dysenterica ou Stenocalyx dysentericus Cagaiteira. Uma árvore cheia de atributos paisagísticos, alimentício, econômico e medicinal.
A Árvore Frutífera Valor Paisagístico
O valor paisagístico não precisa de explicação. Basta observar os fenômenos que afetam as fases da árvore.
No período chuvoso, ela aparece com flolheação verde-oliva e assim permanece até entrada do inverno, no mês de junho.
Entre junho e agosto algumas delas perdem completamente as folhas outras conservam algumas. Mas as folhas desse estágio apresenta aspecto surrado do sol e da seca, com cor amarronzada.
Ao cair as folhas ou quando estas assumem aspectos de velhas, surgem as flores brancas da Família Myrtacea.
Alguns dias depois estas se misturam aos brotos vermelhos novinhos da folheação. Cerca de duas semanas mais ou menos começam aparecer os frutinhos.
Duas ou três semanas depois os frutos já estão maduros, caindo no chão.
Tudo começa no meio do mês de agosto. No final de setembro e começo de outubro os frutos já amadurecem.
Neste estágio, as chuvas já chegaram e as folhas e frutos se confundem de cor verde-oliva.
O Fruto Cagaita
O fruto da Cagaiteira, a cagaita, é globoso é amarelo quando maduro; mede entre 3 e 4 cm de comprimento, 3 a 5 de diâmetro, e pesa entre 14 e 20 g.
O valor nutricional é significativo. Um artigo na internet publicou, dentre outros, algumas propriedades da planta:
“Têm bom teor de riboflavina, com 421 mcg; niacina, com 0,13 a 0,137 mg e 72 mg de acido ascórbico; 0,42 mg de vitamina B2.”
“Minerais – cálcio – 8-10 mg; ferro – 0,02 mg; fósforo – com 30 mg; sódio – com 2,9 mg.
Vitaminas – 0,42 mg de vitamina B2; 18-72 mg de vitamina C; 0,137 mg de B3; vitamina A- 44,3 mcg.”
Fonte: Toda Fruta
O valor econômico é indiscutivelmente interessante, principalmente se combinado ao seu valor nutritivo.
A Árvore Frutífera – Estudos
Estudos avaliaram os fenômenos que envolvem a vida das Cagaiteiras cultivadas e nativas.
Os estudos foram realizados entre janeiro de 2004 a novembro de 2005, em Goiás, portanto, território de ocorrência da Eugenia dysenterica nativa.
O período do estudo abrange o tempo chuvoso e de estiagem, bem como, o recomeço das chuvas.
Constatou-se que não há alterações quanto a floração, folheação e frutificação.
A Árvore Frutífera – Plantio
As sementes são recalcitrantes. Perdem o poder de germinação entre vinte e trinta dias.
O Guia Técnico do Produtor Rural, Ano III, número 17, de 1998 da EMBRAPA orienta coletar as sementes de frutos maduros. Manter os frutos na geladeira, armazenadas em sacos plásticos por 30 dias.
Orienta, ainda, que as sementes devem ser colocadas para sevar à sombra em local ventilado, e que antes de semeá-las deve ser retirada a casca com um faca.
A semeadura dever de 1 ou 2 sementes a um centímetro de profundidade em sacos plásticos de 22 X 40 cm.
A Germinação é de 70%, entre 40 e 60 dias.
Demais instruções de plantio, acesse o link do Guia Técnico.
Entretanto, outro estudo constatou que as sementes começam germinar aos 14 dias após semeadura, e se estabiliza aos 60 dias.
Observou também, que sementes de frutos grandes caídos no chão são mais vigorosos.
Eugenia dysenterica também tem valor medicinal e, pasmem, o chá das folhas age contra diarreia.
Na culinária há receitas de chá de cagaita, doces, sucos, geleia, combinação com bolos, queijadinha, e muitos outros.
Veja aqui uma Receita que encontrei em Gastronomia do Cerrado.
“Geleia de Cagaita
Ingredientes
• 1 quilo de cagaitas verdes sem as sementes
• 800 gramas de açúcar
Modo de preparo
Leve ao fogo as cagaitas e o açúcar. Não é necessário adicionar água
porque a cagaita já é naturalmente aquosa. Ferva até dar o ponto de
geleia. Retire. Espere esfriar e coloque em potes de vidro. Guarde em
geladeira.”
