O Cerrado na Semana do Meio Ambiente

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O Cerrado na Semana do Meio Ambiente clama por sua sobrevivência e de sua fauna e flora que vão morrendo, algumas sem ao menos serem conhecidas.

Neste 1º junho começa a Semana do Meio Ambiente, que terá seu auge no dia 5, quando será celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Não conheço o cenário ambiental nacional, mas o que sei da Mata Atlântica e do Cerrado, não há nada a comemorar.

Porque acho isso? É simples. Vemos nas informações que temos de amigos, parentes e de minhas expedições na Mata Atlântica, que ocupações desordenadas, acúmulo de lixo, crescimento do agronegócio e populacional seguem destruindo o meio ambiente sem dó.

Safras Recordes São Sinais de Destruição

Nesta semana, em meio a crise causada pela pandemia, notei a comemoração da boa safra de grãos anual. Ao meu ver, o sucesso da safra significa a destruição do Meio Ambiente. É simples entender isso:  Não há como aumentar a produção sem desmatar. E isto significa a extinção de espécies da fauna e da flora.

Vimos no ano passado as pessoas no mundo todo preocupadas com a Amazônia, que agonizava sob fogo. Mas não temos visto o mesmo clamor pelo Cerrado que vai morrendo a cada dia para dar lugar às lavouras, pecuária e habitações, e também consumidas pelo fogo.

Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, o Bioma Cerrado é o “segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 2.036.448 km2, cerca de 22% do território nacional”. Ele é considerado um hotspots de biodiversidade. Esta expressão significa “áreas com grande biodiversidade, ricas principalmente em espécies endêmicas, e que apresentam alto grau de ameaça” (Brasil Escola).

O MMA reconhece, assim como é fácil notar, que as espécies do cerrado, muitas delas endêmicas, vem perdendo seu habitat.

Matéria do (National Geografic) aponta que o Cerrado vem recebendo menos atenção do que a Amazônia e a Mata Atlântica e que desde 1970 já perdeu cerca de 50% de sua vegetação original para o agronegócio.

O Agronegócio Segue Desmatando em Goiás e no DF

Plantação de milho

Para mim, que visito áreas de Cerrado próximas às cidades do Distrito Federal e de Goiás, é fácil notar que o Cerrado está morrendo.

Mas a morte desse importante Bioma significa não só a extinção de espécies da fauna e da flora, mas também nossa. Nossa qualidade de vida vai perdendo valor. O ar vai ficando a cada dia mais poluído e seco. Mais doenças vão surgindo.

Se alguém me perguntar: Qual o maior problema do Brasil na área de saúde? A resposta é certa: Falta de educação e consciência ambiental, o que incorre num problema de saneamento básico, um dos maiores causadores de doenças no mundo.

Andando pelas cidades do Distrito Federal, principalmente nas regiões administrativas, é fácil constatar que há lixo em toda parte. As áreas verdes e desocupadas das cidades costumam se transformar em depósito de lixo e de entulho. O mesmo acontece com as matas próximas a essas cidades. Só escapam os parques e reservas ecológicos.

As áreas verdes e desocupadas das cidades costumam se transformar em depósito de lixo e de entulho.

Por isso não há como controlar eficazmente a dengue, o zica virus e a Chicungunha, e muito menos o coronavirus (covid19) que embora não se saiba que tenha relação direta com poluição, falta de higiêne e limpeza não contribui para o combate eficaz. Um povo que gosta de festas, indisciplinado e que trata mal o descarte de resíduos, despejando-os no Meio Ambiente é porta aberta para doenças.

Que nesta semana nossos governantes e nosso povo tomem consciência de que proteger o Meio Ambiente é caso de nossa sobrevivência.