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O Profeta Elias, O Profeta do Manda-Chuva II (1Rs 19.22-35), continuação do estudo sobre Profeta Elias. O Profeta do Manda-Chuva desafiou o rei Acabe.
1 – O Desafio de Elias (22-29)
Elias, O Profeta do Manda-Chuva desafiou o rei Acabe dizendo que só ele ficou dos profetas do Senhor, enquanto os profetas de Baal eram 450 (22). Pediu novilhos. Que os profetas de Baal escolham primeiro o seu novilho. Dividirão ambos os novilhos em pedaços e os colocarão sobre lenha. Os profetas de Baal invocarão o seu deus. Elias também invocará o seu Deus. “O deus que responder por meio de fogo, esse é que é Deus” (24). O povo achou bom o desafio.
2 – Deuses Mudos (26-29).
Aceito o desafio de Elias, O Profeta do Manda-Chuva, os profetas de Baal prepararam primeiro o seu novilho. “Então invocaram o nome de Baal, desde a manhã até o meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém não houve voz; ninguém respondeu. E saltavam ao redor do altar que tinham feito” (26).
Elias zombava deles dizendo: “Clamai em altas vozes! Pois ele é deus! Talvez esteja pensando, ou tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem. Talvez esteja dormindo, e necessite de que o desperte” (27).
Eles gritavam alto, retalhavam o corpo, “conforme o seu costume” (28). Assim o fizeram até a hora da oferta de cereais (29), mas não “houve resposta, nem atenção alguma” (29).
3 – Adoração Louca
Os profetas de Baal se excitaram desesperadamente. Perderam o domínio de si mesmos numa prática diabólica que até hoje é costume de muitos. Ato louco e obstinado. Lógico! Baal não existe. É invenção humana como tantas outras crendices. Os deuses das imaginações humanas são deuses cegos, surdos, mudos e estáticos (Sl 115.4-7).
4 – Clamor Inútil
Que tormento é clamar a um deus que não responde! Elias, O Profeta do Manda-Chuva zombava deles. Eles se desesperavam a ponto de gritarem e se cortarem “conforme seu costume” (28). O culto deles durou até à hora da oferta de cereais; isto é, à tardinha (Ex 29.39; Lv 6.20), “porém não houve voz; nem resposta, nem atenção alguma” (29).
Muitas pessoas clamam até o último dia de suas vidas sem obter resposta. Pior ainda, entrarão no juízo de Deus e não subsistirão (Sl 1.5).
A idolatria é adoração absurda. Tenta colocar algo, coisa ou alguém no lugar de Deus, e dão a esses absurdos o nome e a honra de Deus, como fizeram Arão e Jeroboão ao bezerro de ouro (Ex 32.5,8; 1Rs 12.27,28).
5 – O Fim dos Idólatras
A idolatria de Israel não ficou impune. Israel foi cativo pela Assíria e lá desapareceu (1Rs 13.34; 2 Rs 17.6). Os idólatras de hoje também não ficarão impunes, pois Deus foi, é, e sempre será contra a idolatria, porque esta é mentira, é pecado (Ap 21.8; 22.15).
6 – Ironia profética.
Elias, O Profeta do Manda-Chuva desafiou em tom de desabafo, “só eu fiquei”. Ele se sentia só, enfrentando, abertamente os profetas do falso deus (4, 20.13). O povo gostou do desafio. O discurso de Elias foi bom. Porém gostar do sermão não salva ninguém. É preciso responder ao sermão com obediência (21).
Os profetas de Baal tiveram oportunidade de provar se seu deus existia mesmo, e se podia fazer algo. Baal significa “Dono”, “Senhor” e “Marido”, títulos que só Iavé é digno de receber. O abandono do povo a Iavé foi dramatizado na vida do profeta Oséias, casado com uma prostituta e adultera (Os 1.2). A esposa de Oséias simbolizava a nação de Israel traindo a aliança com seu Deus, Iavé.
O povo acreditava que Baal era divindade de regiões altas como bosques e montanhas (20.22,23). Acreditava-se que ele era deus da fertilidade e da produção agrícola. A adoração a Baal incluía práticas sexuais e sacrifício de crianças (Jr 19.5; 2Rs 17.17 e Bíblia Vida Nova).
7 – Adoração Absurda
Vemos aqui, que a idolatria é uma espiritualidade cega num deus imaginário, irreal. Se Baal fosse Deus da produção agrícola, porque Samária, que o adorava, sofria de fome extrema? (3). Baal não podia fazer chover para que a terra produzisse? Vemos também como Israel deixou o manancial de águas vivas e cavou cisternas de águas rotas (Jr 2.13). Trocou o Deus vivo pelo AntiDeus. Isto é, já que não existe Deus senão Iavé, quem não reconhece Iavé como Deus, opõem-se a Ele. Opor-se ao Doador da vida, é se autocondenar à morte.
8 – Ironia Didática
Elias, O Profeta do Manda-Chuva ironizou os profetas de Baal e ao próprio Baal. Mas a ironia dele não foi humorística, mas didática. Seu objetivo não era zombar para divertir como os brasileiros costumam fazer, mas ensinar, chamar atenção para o ridículo ao qual o povo se submetia crendo em Baal.
É nesse sentido que a igreja deve se posicionar contra a idolatria e não contra os idólatras; deve ensinar Jesus, a verdade que liberta (Jo 8.32; 14.6). A pregação não pode ser ato de desrespeito às pessoas, mas deve opor-se à mentira. E nisto a igreja deve ser fiel, doa a quem doer.
9 – Altar Reconstruído (30-35)
Elias, O Profeta do Manda-Chuva disse ao povo que se achegasse a ele. Consertou “o altar do Senhor que estava em ruínas” (30). Tomou 12 pedras, “segundo o número dos filhos de Jacó”, que é Israel (31). Com elas edificou um altar ao Senhor e fez uma vala em volta para caber duas medidas de semente (32). Armou a lenha, e sobre ela colocou o novilho em pedaços (33). Mandou jogar 12 cântaros de água sobre a lenha e o holocausto. Tudo ficou encharcado e a vala se encheu (34,35).
Desprezo que destrói o altar de Deus. O povo se ocupou do culto idólatra e destruiu o altar do Senhor (19.10, 14). Os altares de Baal estavam bem tratados, conservados. O altar do Senhor estava desprezado e despedaçado.
10 – O Deus Que Responde (30-35)
Num tempo de extremas dificuldades, Deus levantou um profeta para restaurar o Seu altar, o culto ao único Deus verdadeiro. Um avivamento espiritual começou a acontecer. Logo viria a constatação de que Iavé é o Deus verdadeiro e em decorrência disto, o louvor (39). Lógico! Iavé é Deus. O Deus que responde. Pelo menos por um momento o povo experimentou o que é um verdadeiro culto ao Deus verdadeiro.
11 – Nossa Adoração
Em nossa pátria, em nossas igrejas, em nossas casas e em nossos corações o altar de Iavé está construído ou destruído? Que importância o Senhor tem em nossas vidas? Há louvor ao Deus vivo em nossos corações? Precisamos ser zelosos, porém com entendimento como Elias, e não como Israel (Rm 10.2). Precisamos construir e reconstruir altares para Deus onde quer que seja necessário. Cada coração sem Cristo é um campo missionário onde precisamos construir o altar de Deus.
Conclusão
Elias, O Profeta do Manda-Chuva reconstruiu o altar de forma didática. Ele usou doze pedras, representando as doze tribos de Israel. Isto lhes traria à memória o pacto com os patriarcas Abrão, Isaque e Jacó, e principalmente, com Moisés no Monte Sinai (Gn 12.1-3; Ex 20).
Lembrou, também, que Israel estava dividido em Reino do Norte e do Sul. Era uma família dividida por causa da rebeldia contra Deus. A restauração do altar foi um chamado a conversão a Deus, mas também, uns aos outros.