O Cerrado, Surpreendente Cerrado

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O Cerrado E Suas Vegetações sobrevivem de formas surpreendentes. Segundo estudos, a adaptação foi alcançada durante dez mil anos, período em que teriam desenvolvido a fotossíntese C4, mais resistente, diferentemente da C3 utilizada pela maioria dos vegetais.

Testes comprovaram a resistência das sementes de algumas espécies do cerrado. Isto explica o fato delas sobreviverem às queimadas anuais no período de intensa seca entre o inverno e o começo da primavera (agosto e outubro).

Alguns defendem que o fogo teria a vantagem de quebrar a dormência das sementes, forçando-as a germinar pelo efeito do calor. Sua germinação não pode ser comprovada, pelo menos com as sementes testadas em laboratório, mas sua resistência, sim.

Embora seja inegável o fato das germinações das sementes e/ou raízes pouco tempo após as queimadas, não dá para defender a tese do benefício do fogo no cerrado, principalmente quando avaliamos o campo como um todo. Fogo não faz bem a nenhum ser vivo; pelo contrário, tende a destruí-lo.

O Cerrado de Ceilandia-DF, Brasil

Isso foi constatado na região das fotos. Ali o campo é herbáceo, arbustivo e sujo. O campo de Vegetação Herbácea é aquele caracterizado por vegetação rala. Ele pode ser limpo (predominância de gramíneas) ou sujo (com arbustos).

Os frutos são abundantes: cerejas do campo, araçás, cajuzinho do cerrado, murici, jatobás, ingás e muitas outras espécies. Onde o fogo passou destruiu muitos frutos verdes e maduros, ninhos de pássaros, casas de marimbondos, e outros.

As raízes brotam entre duas e três semanas depois da queimada, sem chuva. A primeira coisa que surge é a floração. Parece que elas têm pressa em frutificar e garantir sua sobrevivência. E isso é surpreendente, porque elas dão um espetáculo de cores na floração que contrastam com o azul celeste e com a cor escura produzida pelas queimadas, e com a terra avermelhada.

As fotos mostram o antes e o depois das queimadas. Numa semana elas estavam floridas e/ou carregadas de frutos; na outra estavam queimadas; duas semanas depois estão brotando e florescendo.